terça-feira, 28 de dezembro de 2010

The end

Você merece, meu amor, alguém que te ame com a minha intensidade imperceptível, que tenha meu sexo, meu cheiro, mas que não seja eu. Eu te desejo a plenitude de um beijo apaixonado, a tua nuca arrepiada por conta dos sussurros ao pé do ouvido, o despertar ao lado de quem TE FAZ BEM, linhas cheias de carinho e vontade de ter pra sempre. Mas com alguém que não seja eu. Quero te ver rindo de tudo, assim como os idiotas fazem , porque isso é ser feliz ! Mas ria com alguém que não eu. Porque eu, meu amor, eu firo as pessoas, assim sem pretensão, mas firo. Eu tomo delas coisas que não tenho pra entregar por ser cheia de vazio.
É aquela velha história: o problema é comigo, não com você. E isso é real. Eu tenho um problema: não sei brincar de ser feliz. E você aí toda cheia de vida, amor e tantas outras coisas lindas não merece meu mundo extravagante sem cor. Eu, meu amor, não digo seu nome nessas linhas pra ter os últimos minutos de felicidade por ter um amor e por ele ser você. Obrigada.

- Quem não me entende, não merece meus pormenores. Te amo.


Obrigada à http://magggggangela.blogspot.com/ pelo selinho do dia 26.11. Você é uma querida, viu ? ;*
Obrigada à Carol que me alertou ao fato do blog http://tudoqueguardeipramim.blogspot.com/ ter copiado um texto meu. Vocês que escrevem também dêem uma olhada pra ver se não tem nada de vocês por lá.
Obrigada a todos pelo carinho que encontro em cada comentário.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Não sei

Tô meio aérea, meio por fora de mim. Não me vejo de perto e muito menos de longe. Sabe quando você tem a sensação que não existe ? Ou que é mentira ? Um vento passou imperceptível por entre a calmaria de todos os fatos que se sucedem e levou a firmeza que até então eu carregava há um bom tempo sobre mim. Não tenho mais comida preferedia, nem música. Não sei se prefiro sair ou ficar em casa. Nunca fui tão plural. Felicidade cansa? Sou masoquista ao ponto de pensar que sim. O coração e a alma volta e meia precisam de um baque, reviravolta, indignação. Por mais que eu tenha problemas, que eu discuta comigo e com os outros infindamente todos os dias, tenho certezas demais que me trouxeram dúvidas intensas. Talvez a dualidade que sempre me pertenceu não se adaptou à estabilidade de um alguém severamente constante. Ou talvez eu só esteja com receio de grandes mudanças. Sentir medo é duvidar de sonhos e propostas de felicidade, mas só quem aterrisa os pés no chão por um momento tem coragem de duvidar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Espontâneo você


Quando é certo, é inevitável. Eu acabei de ler um texto num blog e fiz esse comentário. Um comentário que cabe exatamente a nós. Não que no passado fôssemos completamente inevitáveis, mas com o andar da carruagem, como diz minha avó, a gente foi acertando os ponteiros, se expondo, deixando fluir, deixando-se amar. E agora você é inevitavelmente minha certeza e o que pulsa nas minhas veias é seu. Esse texto é totalmente sem propósito, eu juro. Era só uma vontade repentina e meio insana de te escrever mais umas linhas pra ir completando nossas histórias. Só pra lembrar, decifrar, eternizar. Nas linhas tudo parece mais concreto pra mim e eu sempre fico aqui na esperança de que um dia SEMPRE pareça e transpareça verdade pra você. Odeio ser redundante, mas compreenda, amor, que você se tornou inevitavelmente a pessoa certa.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mais um


Em cada singularidade do nosso amor, lembremos que tudo passa, que o tempo arrasta e que mais ' pra sempres ' virão. O segredo é atentarmo-nos às brevidades da vida. Não deixar passar em branco a perda do fôlego durante o beijo de despedida nem o entrelaçar dos dedos durante o filme do Woody Allen. Abraçar como se fosse o último abraço porque pode mesmo ser. Não escapar das brigas nem das lágrimas infindas cessadas por um pedido de desculpas seguido de uma frase de efeito bem clichê ao pé do ouvido. Aliás, usemos todos os clichês. Eles podem ser a única artimanha para descrever o momento. Devemos tratar nosso amor como único, mas sabê-lo como apenas mais um.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Exceção

Em seus dias normais, por assim dizer, sentia tudo de uma vez. Sempre foi sinestésica, agridoce. Hoje acordou com o sol, sem saber o porquê, era um dia comum como os anteriores. Não foi. Acabou não agüentando o bombardeio sentimental geminiano e parou de sentir, assim, do nada. Fumou seus cigarros, mas nem a típica dormência nos dedos que os tragos lhe causam foi capaz de sentir. Colocou suas músicas mais deprimentes, e nada. Buscou o passado, suas linhas tortas, o interior do anterior. Nada. Chorou por naquele instante seus desejos, anseios, prisões e pensamentos serem nulos. Sentiu enfim que cada lágrima carregava em zeugma o pesar de tudo que deixou de ser durante o dia, durante um tempo qualquer e indefinido. Perdeu-se em si mesma, manteve-se inerte em sua loucura. Dissipou a raiva, a incompreensão, seu amor. Como pode a vida ser tão tola? Como pode ela ser tão viva? Recorreu ao papel como quem procura um colo pra se debruçar, abraçou as palavras e disse-lhes coisas de amor, eternizou nas linhas o momento em que por um segundo não sentiu nada, aprisionou no ponto final a falta do ser que em mim habitava.

Obrigada à http://kakapagliuca.blogspot.com/ pelo selinho ! Adoro tua forma de escrever. :*

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Finitude


Acho que amor, quando é amor mesmo, daqueles que tiram o fôlego e o que mais a gente tiver , acontece de sopetão. É instantâneo, covarde. Pega a gente naquela esquina cheia de gente correndo e não quer nem saber se estamos atrasados, comprometidos, ressentidos ou de ressaca sentimental. Ele chega, te ignora, se instala, te devora, vai embora. É visita de médico, é distração, brincadeira, palhaço. Pega nosso coração nas mãos e o joga de um lado pro outro, mas nunca do lado de quem ele escolheu. Ou até joga, mas sempre por pouco tempo, sempre sem durar pra sempre. Amor dos bons não é infindo porque ninguém consegue se machucar pra sempre, ninguém agüenta o coração desenfreado ou quase parado por conta da dor por tanto tempo, ninguém sorri a toda hora e, além do mais, ninguém gosta de ser um idiota completamente efusivo e sinestésico por toda a vida. Amor dos bons acaba em drama, desespero, cacos, choro, saudade. Acaba pra dar sossego, intervalo de novela mexicana, pra comermos, trabalharmos, estudarmos, seguir em frente, viver. Amar a todo tempo é autodestrutivo, é deixar de respirar por poucas horas de prazer.

- Obrigada à Bruh, dona do http://falandosobreissoeaquilo.blogspot.com, pelo selinho ! Sempre leio o teu e adoro seus versos que um dia vou ouvir em forma de música por aí. :)
- Obrigada à todas vocês que sempre comentam por aqui. Beijos ;*

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Periodicamente


De vez em quando tudo volta e me atormenta como se fosse a primeira vez. Mas eu me recuso a lembrar, aceitar que o tempo passou como eu não queria e ter que esquecer pela milésima vez os clichês que eu inventei só pra você. É como se a cada mês, o mundo girasse ao contrário e me pusesse de volta o sorriso no rosto só pra que ele sumisse quando tudo voltasse ao normal. É me fazendo vontade que o tempo joga na cara todos os erros, toda a angústia boba que o medo de ser só de você me causava.
O tempo faz questão de brincar de lembranças comigo, e por mais que ele passe, por mais que você passe e por mais que eu inevitavelmente não seja mais a mesma, o fantasma do que a gente foi ainda faz eu me arrepiar cada vez que aparece pra mim.
Mas eu to avisada, menino, que foi só questão de tempo pra gente se perder por aí na chuva, num barzinho ou em qualquer canto em que não estivemos, foi só questão de tempo pra eu ter que aprender a andar sempre com o meu coração no bolso na esperança da gente de repente se encontrar por aí e eu entregar ele inteiro e acelerado nas suas mãos sem jeito, que nunca vão saber satisfazê-lo.


ps: Texto de 30.10.2009
ps²: muito obrigada à http://derestart.blogspot.com/ pelo selinho ! ;*

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Veja

Olha pra frente. Se toca e tenta alcançar o futuro. Fecha os olhos. Deixe a brisa do amanhã invadir seu corpo insolente e inerte. Deixe de lado essa sujeira, esses teus sonhos baratos embriagados de solidão. Tô te estendendo a mão. Vem comigo ? Confesso que também não sei um caminho certo, mas só de juntar teu caminhar ao meu me sinto segura pra atravessar a rua.
Aquela rua cheia de becos escuros, esquinas tomadas por poeira, sangue e suor. Aquela rua com bueiros tão fundos, cheiro de fraqueza, ar úmido de medo. Aquela mesma, onde as estações do ano são atemporais e imprevisíveis. Aquela rua com gente inocente de malícia estampada nos dentes, aquela onde nos encontramos perdidos num vão de amor. Aquela rua que é a vida que me pôs ao lado teu pra te cuidar, abraçar e dizer que tá tudo bem.


Obrigada à http://natashaknorst.blogspot.com/ pelo selinho (:
Até ;*

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pára, menina!


Se lhe disse que posso mentir olhando nos olhos, enxergue a verdade enquanto durmo ao lado teu. Lembra também que os olhos podem até trair, mas o coração só obedece aos meus instintos mais secretos que guardo só pra ti. Confia no meu sorriso, no meu toque, na minha nuca arrepiada ao sentir minh'alma plena de carícias. Confia na minha mão te acariciando o rosto e no meu falar baixinho quando à noite repouso em teu colo. Confia nessas linhas que são o refúgio das contradições, incertezas, e agora, principalmente, do amor que dedico a ti.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Apelo pro apego


Vou confessar pra você: eu tenho medo. Medo de quando tudo acabar sentir falta do seu abraço nas noites sem nada pra fazer, de não saber mais dizer eu te amo pra outro alguém sem antes me lembrar das bobeiras que foram nossas, dos carinhos que foram só seus. Medo de ter desaprendido a ser absolutamente minha. O que há depois do amor ? Não sei, mas o toque suave das suas mãos passeando pelo meu corpo, os risos inocentes inspirando malícia, seu jeito mais bobo de dizer que também me ama, me fazem crer que depois do amor há mais amor, mais você.
A intransitividade do que eu sinto me irrita. Você é o meu verbo preciso, meu ponto final contínuo de um texto interminável. E isso dá medo. Se eu não me encontrar mais em mim depois de você, quem vai me reinventar ? Depois de você não suporto meu edifício inteiro sozinha. Amor é autodestrutivo. Me ocorre então que o que vem depois do amor depende única e exclusivamente dos amantes. Posto isso, você entende que meu futuro está em suas mãos ? Abrace-o como a mim, ame-o como eu te amo, cuide dele e do meu coração, que o futuro é o primogênito da nossa prole, e o amor é nosso estilo de vida.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Finalmente

Desde antes de nascer eu sabia que teria alguém pra segurar minha mão nos melhores e piores momentos que a vida reservaria pra mim. Eu tava certa. Mesmo com esse meu jeito destrambelhado e impulsivo de tentar fazer a coisa certa, você esteve aqui a todo tempo. Mesmo não me entendendo por vezes e por tantas outras ter me tirado a paciência e até a sensatez, e termos nos magoado simultaneamente, era o seu jeito de estar aqui.
Eu conheço e reconheço todos seus esforços pra colocar meus pés rumo à felicidade, mas o que você tem que entender é que nem sempre eles vão caminhar ao lado dos seus. Temos passos e ritmo de caminhada diferentes embora nosso destino seja o mesmo, embora desejemos estar sempre lado a lado.
Você, que deu-me o sopro da vida, está aprendendo com a mesma o quão ela é um presente perigoso de se dar, o quão ela pode ser traiçoeira e completamente inesperada. Aliás, se tratando da minha vida, podemos colocar o dobro de surpresas e incertezas como boa geminiana que sou. Estamos lidando com com nossos limites, pudores e medos, mas principalmente com os conceitos de respeito e liberdade.
A questão importante, e talvez a única, é que estamos falando de amor. Sempre ele, apenas ele. O culpado por nossas idas e vindas, nossas discórdias, dissabores, e porque não nossos desamores ?! A gente bem sabe que coração não se justifica, que o danado não pede licença pra bater mais forte ou simplesmente parar de bater, e só perdoa ou pede perdão quando ama descaradamente.
Nesse momento meu coração grita desesperado pra Deus e o diabo ouvir, que eu te amo descaradamente, que independente de qualquer volta torta que esse mundo doido possa dar ele vai continuar batendo e transformando em amor tudo o que sentir por você.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O primeiro do meio


E se eu dissesse que nunca me senti tão minha e tão completamente dividida ? E se eu dissesse que nunca me entreguei tanto e que nunca tinha recebido metade do que você me dá ? É estranho admitir que sempre vivi de migalhas e mais estranho ainda é me sentir completa com você.
Você abraçou meus defeitos, minhas esquisitices e até a minha mania de querer ser inalcançável e inatingível. Derrubou meus limites de intimidade e me fez agir por impulso, destruiu boa parte da minha racionalidade e fez com que eu sentisse o mundo mais de perto, o mudo mais meu.
Cansei de procurar uma resposta ou alguma explicação convincente e me permiti sentir, embora com medo, todo o bem que você me traz. Você é meu desafio mais perturbador, mais intenso, incerto, atraente, secreto. É minha página interminável, constantemente lida pra matar essa eterna saudade que tem que gritar tímida e silenciosamente pelo seu nome.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Café

Cheguei, sentei esperando. Veio-me com um cardápio cheio de requinte e variedade, me mostrou as especialidades da casa, explicou detalhadamente todos os pratos, me apresentou os novos sabores doces, salgados, apimentados e perversos do lugar. Trouxe consigo um aperitivo como cortesia e saiu dizendo que dali a pouco voltaria para que eu me decidisse e pedisse. Tremi de raiva e impaciência porque eu já sabia o que queria. Mas tudo bem, eu tava bem afim de comer ali, tinha que valer a pena aquele carnaval todo.
Depois de 10 minutos de molho, voltou. Perguntou se eu havia pensado e se aceitava mais um daqueles aperitivos, que por sinal sequer toquei. Respondi que não queria nada, só fazer meu pedido. Num gesto inesperado, me interrompeu, puxou uma cadeira e sem licença alguma sentou-se comigo, ali ao meu lado, sem mais nem menos. Fiquei atordoada, sem reação e mandei bem na lata que não queria saber dele na minha mesa, ele tava lá só pra me servir, um servo e nada mais, porra !
Pediu que eu me acalmasse e indagou sobre minhas preferências. Fitei-o mantendo toda a indignação que eu sentia no momento, ele nem ligou e indagou novamente sobre minhas preferências. Talvez pra me livrar logo daquela situação esquisita e igualmente desconfortável, respondi ariscamente, mas respondi. Discordou de algumas misturas loucas que eu gostava de fazer, deu dicas para que melhorasse outras, mas se identificou com a maioria. E sem que eu percebesse estávamos falando do passado, nos olhando nos olhos, de mãos dadas sobre a mesa, refletindo sobre o presente, confessando sonhos e decepções, e o tempo passou tão rápido ! Já era noite.
Interrompeu a conversa, levantou dizendo que tinha que ajudar a fechar o estabelecimento, mas que eu o aguardasse uns instantes pra continuarmos o papo em outro lugar. Esperei, esperei, esperei. Foi quando o gerente apareceu e me pediu que saísse que já estavam atrasados pra fechar. Perguntei sobre o tal que me deixou ali plantada, ele me disse que já não havia mais ninguém. Agradeci com raiva e saí quase furando o chão com meus passos de adolescente mal criada que a mãe deixou de castigo.
Fui pra casa e a imagem daquele imbecil não saía da minha cabeça cheia de pensamentos vingativos. Liguei a tevê, tirei os sapatos, me larguei no sofá, depois de umas duas horas o sono bateu e apaguei a luz me aconchegando pra dormir ainda inconformada: “ mas que filho da puta, nem se desculpou pelo tempo que me fez perder, nem deu tchau ou agradeceu pela companhia que lhe fiz, pelo ótimo papo que tenho. Ainda falei de sonhos ! Merda de sonhos ! Não volto lá nunca mais, não caio mais numa dessas, não mesmo. Estúpida ! ”
Acordei, abri as cortinas deixando o sol daquele dia lindo entrar na minha janela e percorrer o meu corpo, e fiz um café. No primeiro gole me lembrei da palhaçada do dia anterior e pensei sorrindo extasiada e surpreendida pelo sabor tão agradável que o meu café tinha “ grande filho da puta ! E eu só queria um café. ”

ps: esse é um dos meus primeiros! haha (:

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Irmãs e Amores

Foi a única vez que choramos sem ter o colo uma da outra. Caladas, quietas, distantes. Compartilhando apenas aquele choro doído e amargo. Mil coisas se passaram na minha cabeça, verdades minhas, verdades dela, e eu perdida dentro de mim imaginando o que se passava com ela. É frustrante ter que escolher um rumo sem se dar conta do ponto de partida. Enxergar dois lados de uma mesma história então nem se fala! Tem sido difícil ser feliz, tem sido trabalhoso deixar os outros felizes. Não ser egoísta tem um preço muito alto, mas eu to pagando lágrima por lágrima. Chorei com ela um até logo longo, nós sabemos que vai ser longo. Sabemos que nossas verdades não irão sem encaixar em nossas peças de quebra-cabeça que nunca cicatrizaram. Talvez elas nem tenham mais a chance de existir.
Eu que temia mudanças deixo o meu mundo de pernas pro ar e não tem mais conserto. Voltamos à estaca zero, voltamos a nos conhecer depois de tanto tempo. Talvez fosse o baque que todos precisavam pra enxergar que não somos mais os mesmos e que não dá pra viver da alegria do passado que foi doce, quase infantil. O presente é cheio de gente chata correndo pra lá e pra cá que liga de vez em quando e não tem tempo pra se ver, se entender, permanecer. Corremos tanto a ponto de não enxergarmos mais a largada, de não nos encontrarmos na chegada, onde ninguém subiu ao pódio. A gente nem percebeu que o tempo passou diante dos olhos através da vida alheia e que as nossas vidas foram ficando pra trás. Encerra-se um ciclo de grandes momentos feitos por outros minúsculos instantes que me trazem saudade do que fomos. A mentira que sustentava tudo caiu, algo forte se rompeu, talvez pra sempre, em um áspero monólogo de cinco minutos.

sábado, 8 de maio de 2010

Segredo


Se sentir a vontade com o mundo nos nossos momentos foi como eu descobri a cumplicidade tanto citada e tão pouco vivida. Chega a ser desconfortável essa confiança extrema, o perigoso é realmente mais envolvente. As epifanias do destino só confirmam a minha fé de que o futuro é completamente inesperado. Talvez correr riscos tão prazerosamente é que seja viver de fato. Saborosa, afetuosa, viva. As melhores sensações despertam e se misturam atingindo o limite do meu vocabulário. Nunca entendi nosso começo, não tenho idéia de onde começa o fim, mas o meio me mantém intensa, tensa, alerta, desperta.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pra se guardar

Comprei uma caixa pequena e branca com bolinhas coloridas. Colei um bilhetinho cheio de cuidado e promessa na tampa. Enchi o espaço com as mais doces e saborosas intenções que eu tinha. Esperei o momento certo pra te entregar, mas você nunca se interessou e eu pus a caixinha colorida no meu guarda roupa, bem escondida pra ninguém tirá-la nem de mim nem de você.
Um dia eu cansei e resolvi pegar de volta tudo que eu tinha colocado lá dentro. No começo me enchia daquela bondade doce com uma pontinha de culpa e uma desesperança sem fim. Aí me acostumei e resolvi desfrutar sem medo do que eu preparei com tanta minúcia. Esvaziei a caixa e ela se encheu de saudade.
Tempo desses, você me perguntou qual o fim que ela tinha levado e disse que viria buscá-la. Eu sorri e expliquei sem culpa alguma que você esperou tempo demais pra ter interesse, e que por isso devorei tudo sem dó e com raiva. Você riu, mudou de assunto e esqueceu mais uma vez. A caixa andava jogada pelos cantos do meu quarto, vazia e intacta. Daí hoje eu inventei de enchê-la novamente, eu inventei de te esquecer mais uma vez e coloquei você lá dentro.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Do novo sentir ..

O meu sentir é doce e ácido. Meu orgulho barato invade o peito e corta meus pulsos em alegria eufórica. Não te amei a primeira vez que lhe disse, aliás, talvez tenha até amado, mas só soube de verdade o que me faz nobre e feliz quando o peito expandiu quase que oco ao pensar na possibilidade de estar sem você.
Você que inunda cada detalhe do meu corpo dessa magia covarde, deixando as melhores lembranças e sensações inesquecíveis. Qual seu truque? Não me lembro mais do que é cotidiano, do teu lado é sempre a primeira vez, até andar de bicicleta me parece inusitado. Que segredo é esse, meu Deus? Se é que existe um, não ouse me contar. Guarda contigo junto com tudo que é nosso enquanto eu me descubro em mais primeiras vezes até encontrar o motivo inexistente e inconsequente que me empurra pro seu abraço, junta meu sorriso com o teu e me deixa sem roupa, sem modos, sem amarras. Me deixa apenas com você.


ps: Quanto tempo hein ? Obrigada a galera que me segue aí, comentem gente :D beijos.