segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tudo pro alto me convém (2009)


Eu tô jogando tudo pro alto. Mais uma vez. E eu espero que dessa vez, só dessa, você não chegue de mansinho como brisa de verão e tente trazer de volta tudo o que eu decidi não querer mais. Não quero mais rir das suas piadas toscas nem ter vontade de tirar um sorriso do seu rosto quando você não tá bem, não quero mais as conversas longas e nem me encantar com a sua mania de repentinamente falar que gosta de mim. Eu não quero mais querer você. 
Quero ficar intolerante a qualquer tipo de sentimento que me faça ficar ridícula, eu quero anestesia pra todos esses truques ilusionistas que você sabe fazer como ninguém, mas ao mesmo tempo eu sinto vontade de saber se isso é, de fato, ilusionismo. Por que todos esses artifícios que você usa pra me ludibriar podem ser apenas conseqüências de algo verdadeiro, não? NÃO. Estúpida mesmo. 
Por isso eu to jogando tudo pro alto, esperando que dessa vez você não estrague os meus planos de solidão e onipotência com a sua capacidade de unir todas as coisas em mim em uma festa regada a entorpecentes que me trazem as melhores sensações. Eu quero espalhar por todos os ares o bem e o mal que fizemos um ao outro, eu quero que os ventos levem a nossa história pra longe de toda essa minha vontade de querer colocar no nosso conto um marcante ponto final. 



P.S: Esse texto é de 2009 e achei perdido aqui nas minhas lembranças. É incrível como mudamos mas continuamos iguais.