terça-feira, 16 de abril de 2013

Por isso corro demais


A vida tá correndo tanto quanto as pessoas. Não vejo mais ninguém nem aqui nem ali. Corri de todos, passei por tantas esquinas e me acomodei no sossego da indiferença. E pra quem acha que não, há sim indolência após o porre. Os porres. Que seja! Ninguém é insubstituível e eu tô correndo tanto que não tenho tempo pra repôr as costas que se viraram e deram o fora. A vantagem é que eu nunca mais chorei pra precisar delas aqui. Meu caminho não está vazio mas também não tá lotado me fazendo tropeçar a cada passo. Tô suave, displicentemente ocupada de novas pessoas e passando leve por cada esquina a caminho da faculdade. Sem medo, amarras e justificativas; trabalhando a minha essência, desfrutando da minha bondade e da bondade do mundo, refletindo o meu amor no teu rosto a cada manhã agitada: é assim que corro todos os dias pro trabalho e conto as horas pra sair do metrô vazio e cair nos teus braços nem que seja durante os cinco minutos que me mantenho acordada antes que tudo comece de novo. A cada chegada no nosso cantinho percebo quão valiosas foram as inúmeras partidas.