terça-feira, 30 de junho de 2015

Do sol ao inferno


Você mal sabe pequena, que falta me faz por entre as cobertas nesse frio de junho, a tua presença morena. E quando pela manhã me fazia um café adoçado com teus beijos e esquentava por dentro meu corpo inteiro... Era um convite pra amar. E eu amava. Perdida em teus braços perdia a hora por ter perdido a roupa. Sinto falta das nossas manhãs de inverno, aquelas de antes da nossa vida virar inferno e por si só acalentar o ódio em nossos pobres corações. Sinto falta do teu cheiro, do teu toque no meu cabelo, que tomava outros rumos e passeava por meu corpo entregue ali na tua cama, completamente ao teu dispor. E cá estamos, inverno outra vez, janelas trancadas, mil cobertores espalhados, mas não tenho teu corpo, saí da tua casa. Abri mão do nosso lar pra não acabar de vez com o meu carinho e nossas boas lembranças, pra descobrir sozinha o efeito das estações no meu coração, que por mais clichê que seja, tá congelado desde aquela primavera em que desistimos da nossa história e eu fui embora decidida a te esquecer.

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