segunda-feira, 4 de março de 2013

Dia quatro outra vez


De cara não fui com a sua cara e eu tava mesmo era afim de outro cara. Chorando na janela do apartamento nem reparava em você e nas suas palhaçadas de embriaguez. Foi brincando que você se tornou algo sério. O meu medo de amar e chamar alguém de amor aumentou quando naquele quatro de março você me propôs baixinho que eu caminhasse com você pelo tempo que durasse. Meu coração foi a mil, um milhão. Foi de longe, a melhor decisão que tomei bêbada ao dizer sim e ir com você pra casa, mesmo que nossa manhã não tenha sido digna de Shakespeare. Pra mim, aquela manhã do dia cinco foi estranhamente mágica: eu ainda tonta de paixão cerveja e receio, sendo levada pra casa por você naquele frio, nos beijando na esquina na hora da despedida e aquele ar de mudança pairando entre os lábios. Minha vida nunca mais foi a mesma. Ela se fez doce, atrapalhada, desesperada. Se fez saudade e vontade de estar sempre junto de você. Se fez despedidas e decepções. Amor e alma. Cumplicidade e gritaria. Meu caminho não é mais só meu, o meu riso é todo seu e minha dor você abraça. Eu te amo. Naquele quatro de março que antecedeu a manhã fria e o primeiro beijo de despedida me fez mulher e amante, me fez errônea e sufocante, me fez criança e birrenta, mimada e amada. Aquele dia trouxe você de mala e cuia na minha porta com o coração entre as mãos pra eu cuidar. Te cuidar. Quebramos nossas promessas diversas vezes, nos ferimos tantas outras, esbarramos no nosso egoísmo e imaturidade constantemente e mesmo assim ainda é quatro de março. E ainda assim eu quero você comigo na cama acordando preguiçosa e antes de dormir falando lorota pra me irritar ou dizendo coisas bonitas pra me ninar. Espero ansiosa e de peito aberto pelos nossos próximos aniversários e pelas nossas novas conquistas embaladas pelo som da Luiza, garrafas de vinho, abraços apertados e lábios selados de desejo.

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