quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Banalidades, lãs e meus problemas de 20 e poucos anos

E se eu pensar em tudo que eu já quis e nas coisas que já tive, dá até um certo aperto depressivo no peito, daqueles bem fortes que fazem o coração se desmanchar em lágrimas e afogar no ponto fraco. Dói. O que me conforta é a parte bem cuidada pelo romance que sustenta toda a insatisfação fincada nas entranhas. Sem saber o que fazer eu escrevo entre uma tragada e um gole vendo o tempo arrastar como se o futuro não estivesse na próxima esquina me parabenizando a cada aniversário e me olhando com desdém como quem pergunta já sabendo a resposta 'e aí? o que você tem feito de bom?'. E eu corro, corro, cada vez mais longe de chegar a algum lugar, mais perto do amadurecimento e mais distante das respostas. O problema das respostas é que eu nem ao menos sei o que perguntar direito. Sinto inveja daquele colega estúpido da escola que fazia as perguntas mais banais, de um jeito ou de outro era o que ele queria saber, ele soube perguntar. E eu aqui enterrada em respostas que não tenho das perguntas que não fiz. Talvez tudo comece pelo banal mesmo, na mesa do bar, no beijo embriagado de cerveja e com gosto de cinzas, no 'oi' no corredor, no 'bom dia' pro porteiro. O resto é consequência, o resto é começo do fio de novelo que se solta e enrola enrola enrola até não vermos mais onde começamos. Mas no final a vida é isso mesmo, porque se não soltássemos o primeiro fio de lã, não tentaríamos tecê-lo.

Um comentário:

  1. "O problema das respostas é que eu nem ao menos sei o que perguntar direito." - acho que todo mundo se sente meio assim...
    Lindo!

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